Mais uma vez, ontem (21 de junho), o Grupo de Teatro esteve à altura, superando mesmo as expetativas, e os alunos deste ano já entraram para a história do Express’ar-Te.
20 anos. 500 alunos. 20 peças e outros tantos sketches. 73 exibições. 20 000 espetadores. Estes são alguns números que fazem parte da história do grupo de teatro da ESALV, o “Express’ar-Te. Mas se o balanço numérico é assinalável, tanto mais porque se trata de um grupo de teatro escolar, o que importa realçar são as experiências que este projeto tem proporcionado aos jovens, antes de mais, nos ensaios, que decorrem nas condições mais adversas, o que não deixa de ser divertido: às vezes numa sala de aula, outras no pequeno “caixote”, a que desenhadores de escolas do passado deram a designação de palco, outras ainda num polivalente cheio de atividade, entradas e saídas e algazarra, como é próprio desse espaço. Mas, quando chega a altura de entrar no palco, com a plateia repleta de público, que os jovens atores espreitam pela abertura do pano, exultam com o resultado do seu trabalho, tantas vezes surpreendente e quase inacreditável, tais as dificuldades e constrangimentos sentidos nos ensaios. Os aplausos do público vêm reforçar a adrenalina já sentida, a partir do momento em que entraram nos camarins para se transformarem em polícias ou ladrões, ou em damas e cavalheiros, ou em enganados ou burlões.
E nada tem travado as professoras Amélia Correia e Edite Figueiredo, as dinamizadoras deste projeto, que se têm mantido firmes, até mesmo no meio de uma pandemia despropositada. Assim, os alunos que se têm juntado a elas, neste já longo percurso pelo caminho das emoções, não só têm criado laços de amizade para a vida, como têm conhecido pessoalmente atores de teatro profissional, desde Irene Cruz a José Wallenstein, não esquecendo que têm encarnado personagens tiradas da escrita exímia de autores maiores, tão díspares como Eça ou Woody Allen.
No futuro, provavelmente, estes alunos não serão atores, mas serão, com toda a certeza, amantes de teatro e, sentados no público, expectantes. outros os espreitarão por entre a abertura da cortina, antes de as luzes se apagarem.